terça-feira, agosto 02, 2011

Pré-natal, o bem necessário.

A gestação é um processo fisiológico normal, que na grande maioria das vezes transcorre sem complicações. Esse grupo de mulheres que não apresenta complicações compõe o chamado grupo de gestações de "baixo risco". Porém, em alguns casos, a gestação pode já começar com problemas, ou esses surgem durante a mesma, apresentando uma possibilidade maior de evolução desfavorável tanto para a mãe quanto para a criança. São elas, as chamadas gestações de "alto risco". O objetivo do pré-natal é garantir o bom andamento das gestações de baixo risco e identificar as pacientes com maiores chances de evolução desfavorável.

Quando começar?

O pré-natal deve ser iniciado assim que a possibilidade de gravidez for considerada.Quanto antes for iniciado o acompanhamento, melhores serão os resultados alcançados.

A primeira consulta

É na primeira consulta que o obstetra colhe informações detalhadas sobre a gestante, englobando vários aspectos. As questões a serem levantadas podem ser:
os sintomas que a paciente esteja sentindo; a história de doenças no passado; detalhes sobre os ciclos menstruais, a prática sexual e o uso de métodos anticoncepcionais; gestações prévias; doenças atuais, como pressão alta, diabetes, e outras; aspectos emocionais, se a gravidez foi planejada, se está sendo bem recebida.

A partir disto, inicialmente deve-se confirmar o diagnóstico de gestação. Para isso, existem alguns sinais no exame da paciente que podem ajudar, como o aumento do útero, mudanças nas mamas, na vagina e no colo do útero. Realiza-se também um exame de sangue, para detecção de um hormônio que está presente durante a gravidez, fechando o diagnóstico.
Após confirmada a gestação, a mulher deve fazer vários exames de sangue. Mas, quais são estes exames?

Os exames

O objetivo dos mesmos é detectar qualquer alteração ou doença que possa acometer a criança ou comprometer o seu desenvolvimento no útero. Os exames realizados, geralmente, são os seguintes:

• Grupo sanguíneo e fator Rh: importante porque se a mãe for Rh negativo e a criança Rh positivo (caso o pai seja Rh positivo), pode ocorrer uma incompatibilidade sanguínea que leva à destruição das células vermelhas do feto, podendo levar à sua morte antes mesmo do nascimento.
• Glicemia: para avaliação da presença de diabetes mellitus.
• Anti-HIV: para detectar a infecção por esse vírus (vírus da AIDS). Isso é importante porque existem medicamentos que se utilizados corretamente e no momento certo reduz o risco de transmissão do vírus para o bebê.
• Exame de sífilis: essa doença é causada por uma bactéria e pode ser transmitida ao bebê, podendo causar malformações.
• Exame de toxoplasmose: doença causada por um protozoário, também pode ser transmitido ao feto e causar malformações.
• Exame de rubéola: doença viral, que pode levar a abortamento e malformações graves.
• Exame de urina e urocultura: para detectar infecção urinária. A ocorrência de infecção urinária, durante a gestação, pode aumentar o risco de parto prematuro e de infecções mais graves (como a renal).
• Exame de hepatite B: caso a mãe seja portadora do vírus, existem condutas que reduzem a transmissão do mesmo para o bebê.
• Ultra-sonografia (US): atualmente, temos observado a utilização exagerada da US durante a gestação. Indica-se, geralmente, dois exames. Um no primeiro trimestre, entre 11 e 13 semanas de gestação, para avaliação da idade gestacional. O outro, entre 18 e 20 semanas (segundo trimestre), para avaliar a presença de malformações. Nas gestações de alto risco, devem ser realizados exames adicionais, para um cuidado maior.

O período de acompanhamento médico

Nas gestações de baixo risco, as consultas são realizadas mensalmente até o sétimo mês de gravidez. A partir daí, a consulta deve ser a cada duas semanas até completar o período gestacional de 36 semanas. Depois disso, as consultas são semanais. 
Nas gestações de alto risco, o intervalo das consultas é menor, dependendo da necessidade de cada caso.


Adicionais

Além de todas as citações já descritas, durante as consultas elas podem ter suas dúvidas esclarecidas ou receberem tratamento adequado. 
o acompanhamento pré-natal permite a avaliação de queixas comuns em gestantes, como náuseas e vômitos, constipação intestinal, queimação no estômago, inchaço e varizes nas pernas, cãibras, tonteiras, cansaço e dor nas costas. A orientação do uso de meia elástica também é importante para evitar o surgimento de varizes e diminuir o risco de trombose durante a gestação.

O médico também indicará a vacina antitetânica, que deve ser feita em todas as gestantes e os remédios que a gestante poderá usar nesse período. Nós sabemos que muitos remédios não podem ser utilizados durante a gestação, por causarem efeitos graves no feto. Assim, o acompanhamento médico é essencial para que a gestante não utilize esses medicamentos.

Outro aspecto importante também é a avaliação sobre a nutrição da gestante. Nas consultas, o médico faz um acompanhamento do ganho de peso da mãe, que deve ser o recomendado pelo obstetra. Devemos ter em mente que as necessidades calóricas estão aumentadas, durante a gravidez, porém a mulher deve ter uma dieta balanceada, tendo o cuidado para evitar o ganho de peso excessivo, que pode ser prejudicial.
Além disso, indica-se a reposição de duas vitaminas. O ácido fólico é indicado nas primeiras semanas de gravidez, pois ajuda a prevenir algumas malformações. O ferro (sulfato ferroso) é recomendado a todas as gestantes a partir do segundo trimestre, até o término da lactação, pois ele não pode ser suprido apenas pela dieta normal da gestante. Recomenda-se também que a gestante receba alimentos ricos em cálcio.

***O pré-natal é de extrema importância para a sua saúde e a do bebê. Então, não perca tempo e vá ao seu médico assim que puder. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário